quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A lembrança de um ex-garimpeiro

Severino Ferreira mostra com orgulho a pedra que ele conseguiu quando ainda trabalhava no garimpo na década de 80. Hoje, a realidade é diferente dos baixões: Severino trabalha de pedreiro, mas guarda com carinho as lembranças dos bons tempos da garimpagem na Província Aurífera do Tapajós.


Centenas de nordestinos migraram para região, ofuscados pelo brilho do ouro, nem que para isto fossem atrás do brilho não renovável nas asas de Ícaro, chegando em várias pistas de garimpos, e se eternizassem num sonho, ou nas covas rasas como disse o poeta de ‘Morte e Vida Severina’...


Mas Severino Ferreira constrói casas, enfim, é um construtor que sustenta suas lembranças em alicerces firmes. Buscou essas lembranças como um herói de Odisséia. Hoje ele tem a pedra, não a pedra filosofal, mas uma pedra que expressa o talento da mãe natureza.


Ele disse que encontrou a obra de arte no garimpo do Marupá. Severino Ferreira revelou que chegou a dispensar um quilo de ouro pela pedra que tem o formato de uma mesa. Mas agora ele revela o seu patrimônio: a casa que também abriga os pais, e claro, a pequena mesa de pedra, únicos bens que restam do tempo em que trabalhava no garimpo. Quando perguntado se tinha vontade de vender a mesa de pedra, ele disse que mesmo com a crise, não vende nem mesmo por um quilo de ouro.
Blog Tapajônica

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