Destroços do avião que caiu no terreno da Embrapa. Foto: Ary Souza/O Liberal |
Uma equipe de funcionários do Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) voltou ao local da queda do avião monomotor de prefixo PT-DJH, na manhã de ontem (5), para fazer a retirada dos destroços da aeronave da área de mata da Embrapa. Quatro pessoas morreram na queda da aeronave, no início da tarde do último sábado (2). Todo o material foi encaminhado para a sede do Seripa, em Belém, para ser periciado. O major Fabio Valentim, que comandou a operação, informou que esse trabalho de investigação para se saber as causas do acidente não tem prazo definido para terminar. O Seripa também confirmou, ontem, o aumento de 21,03% no número de acidentes aéreos nos últimos 10 anos no Brasil. O Pará aparece em 5º lugar neste ranking, com um aumento de 6,48%. O relatório com os números de 2015 não cita nenhuma causa específica para justificar o crescimento do número de acidentes.
O trabalho de retirada dos destroços começou por volta de 9h30 e durou aproximadamente duas horas. A área foi desmatada para facilitar a retirada do que restou do avião, já que um guinch foi usado para carregar os destroços. O major Fábio Valentim disse que perícia dos destroços é fundamental, já que as peças serão analisadas minuciosamente para se chegar à conclusão do que provocou o acidente.
“Todo esse material é importante para a nossa análise, por isso é necessária uma avaliação meticulosa. Por enquanto, ainda não temos uma linha definida, ainda estamos na fase da coleta de dados e temos várias hipóteses para a causa do acidente”, disse o oficial, salientando que as investigações se iniciaram no mesmo dia do acidente.
Histórico
Uma equipe do Seripa esteve no local sábado, logo após a queda da aeronave, para fazer a retirada das peças mais importantes para a investigação e também deu início à tomada de depoimentos. “Não sei lhe informar o número exato de depoimentos, mas já escutamos várias pessoas. O objetivo é obter o histórico sobre a aeronave”, explica o major.
Com relação a um suposto acidente ocorrido anteriormente com a aeronave, o major Valentim não soube informar, mas ele disse que mesmo que o fato seja confirmado, isso não significa que tenha influenciado na queda do monomotor no último sábado. “Nesse momento, eu não tenho a informação de um acidente anterior, mas mesmo que tenha acontecido não podemos afirmar que tenha alguma relação”, pontuou o major.
Em alguns casos de acidentes, existem aeronaves que são restauradas e voltam a funcionar normalmente, o que não deve ser o caso do monomotor PT-DJH, uma vez que o estrago foi de grande proporção. Todas as peças serão marcadas pela equipe do Seripa para identificar que pertence à aeronave destruída pela queda. “Quando o acidente não é de grande proporção, as aeronaves passam pelo processo de restauração e voltam a funcionar normalmente, mas nesse caso fica difícil em virtude da situação da aeronave”.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou ontem, por meio da assessoria de comunicação, que a aeronave estava regular e a Inspeção Anual de Manutenção estava em dia. O certificado de aeronavegabilidade tem validade até 2022 e o avião monomotor comportava peso máximo para decolagem de 1.270kg e capacidade de até 3 passageiros. No dia do acidente o avião transportava cinco pessoas. Questionado sobre a superlotação, o major Fabio Valentim disse que ainda não dá para associar como a causa do acidente.
Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Aeronáutica explicou que o objetivo do trabalho realizado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) é prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram. A necessidade de descobrir todos os fatores contribuintes garante a liberdade de tempo para os investigadores. Dessa forma, o prazo para a conclusão de uma investigação para fins de prevenção depende da complexidade de cada acidente. O Seripa I é responsável por investigar os acidentes aeronáuticos ocorridos no Maranhão, Pará e Amapá.
O avião monomotor caiu no início da tarde do último sábado na área de mata da Embrapa. A aeronave estava com quatro ocupantes no momento do acidente, mas minutos antes da queda um passageiro já havia pulado de paraquedas. O voo foi fretado para um grupo de paraquedistas que participava de um curso no Aeroclube. O instrutor Douglas Dourado, 31, os alunos Reginaldo Pinheiro, Lara Pinheiro e o piloto do avião, Ronaldo Canavarro morreram no acidente aéreo. O avião caiu na mata da Embraba, na avenida Perimetral, após uma das asas ter se soltado da aeronave.
ORM News
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