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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Relembre as principais mudanças com o Novo Acordo Ortográfico

Entender nosso sistema ortográfico é, sem dúvida, um passo importante. Para tanto, vamos conhecer o pouco que mudou com novo acordo ortográfico. É bom lembrar que a reforma ortográfica está vigente desde janeiro de 2009.
Que fique bem claro: o que houve recentemente foi a prorrogação da fase de adaptação às mudanças por mais alguns anos.

Que tal um resuminho? Vamos, então, as principais mudanças:

1ª) Nos acentos gráficos:

a) Palavras terminadas em “ôo(s)” perdem o acento circunflexo: voo(s), enjoo(s), perdoo, magoo, abençoo...

b) Verbos terminados em “êem” perdem o acento circunflexo: eles creem, deem, leem, veem, releem, preveem...

Obs.: as formas plurais dos verbos TER e VIR e seus derivados mantêm o acento circunflexo: eles têm, eles vêm, eles detêm, eles intervêm...

c) A vogal tônica do hiato formado com ditongo decrescente perde o acento agudo: fei-u-ra, bai-u-ca, Bo-cai-u-va...

Obs.: o acento agudo permanece se o hiato não é formado com ditongo decrescente: sa-ú-de, ga-ú-cho, con-te-ú-do, sa-í-da, pre-ju-í-zo...

d) Os ditongos abertos “éi” e “ói”, em palavras paroxítonas, perdem o acento agudo: i-dei-a, as-sem-blei-a, ge-lei-a, eu-ro-pei-a, joi-a, eu a-poi-o, he-roi-co, as-te-roi-de, an-droi-de...

Obs.: o acento agudo permanece nas palavras oxítonas e nas monossílabas: papéis, anéis, pastéis, herói, destrói, troféu, chapéu, réu, céu, dói...

e)  Palavras homônimas que perderam o acento diferencial de timbre ou tonicidade: ele para, o(s) pelo(s), eu me pelo (tu te pelas, ele se pela), o(s) polo(s), a pera.

Obs.: o verbo PÔR e a forma PÔDE (passado do verbo PODER) mantiveram o acento circunflexo.

2ª) No uso do trema:

Foi abolido: frequente, consequência, tranquilo, aguentar, bilíngue, linguiça, arguição...
Obs.: o trema só foi mantido nas palavras derivados de nomes estrangeiros: mülleriano...
3ª) No uso do hífen:
Perdem o hífen:
a) Palavras compostas com elemento de conexão: dona de casa, pé de cabra, quartas de final, mão de obra, dia a dia, passo a passo, sobe e desce, disse me disse...
Obs.: as palavras ligadas à zoologia e à botânica mantiveram o hífen: joão-de-barro, copo-de-leite...

b) Palavras derivadas com prefixos dissílabos terminados em vogal, se a palavra seguinte não começar por “H” ou “vogal igual” à vogal final do prefixo: autoatendimento, autorretrato, autossustentável, antivírus, antiético, antissocial, antirracista, infraestrutura, contraindicação, minissaia, minirreforma...

Obs.: o hífen se mantém se a palavra seguinte começar por “H” ou “vogal igual” à vogal final do prefixo: auto-hipnose, anti-horário, infra-hepático, mini-hospital, contra-ataque, sobre-erguer, anti-inflacionário, anti-inflamatório, auto-observação, micro-ondas...

c) Todas as palavras derivadas com o prefixo “co-“: coprodução, cofundador, coirmão, coabitar, coerdeiro, cosseno, corresponsável...

d) Todas as palavras formadas com o advérbio NÃO ficam separadas sem hífen: não fumante, não agressão, não governamental, não pagamento...

É isso aí. Bom proveito.
Por fim, uma velha dúvida: coco OU côco?
                   
Não há quiosques de beira de praia, bares e restaurantes que não escrevam “côco”, com acento circunflexo no primeiro “o”.

O problema é que a palavra COCO nunca teve acento gráfico. Esse é o perigo, pois “ortografia é memória visual”. Todos nós vemos diariamente e em vários lugares o tal “côco” e isso nos faz acreditar que assim deveria ser escrito. A mesma memória visual que nos ajuda tanto pode, às vezes, devido ao mau uso desenfreado, criar uma “falsa ortografia”: “côco”, “mussarela”, “paralização”, “impecilho”, “previlégio”...
A grafia oficial, registrada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de letras, é: muçarela, paralisação, empecilho, privilégio e COCO.
E por que COCO não tem acento circunflexo? Simples. Nunca acentuamos graficamente as palavras paroxítonas terminadas em “o”: ovo, olho, novo, bolo, jogo, teto, sapato, palito...
Assim sendo, COCO também se escreve sem acento gráfico.
As palavras terminadas em “o” só recebem acento gráfico quando são oxítonas: avó, avô, jiló, gigolô, paletó...
Quem tem acento circunflexo, portanto, é o COCÔ

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