O registro de pessoas infectadas pelo vírus da Aids aumentou nos últimos anos, principalmente em municípios do interior do Pará, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. Apenas 30% dos casos são registrados na capital, os outros 70% acontecem no interior.
De acordo com o último boletim epidemiológico, o Pará é o sétimo estado brasileiro com o maior número de casos confirmados, a maioria entre adultos e jovens. Do ano de 2010 até 2015 foram 2.700 casos notificados.
Mais de seis mil paraenses portadores do vírus HIV recebem assistência médica por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Belém, é a Unidade de Referência Especializada (URE), do bairro do Telégrafo, que atende esses pacientes.
“Aqui nós temos o teste HIV, que é o mais procurado, hepatite e sífilis. Dependendo da situação o paciente é encaminhado para fazer até os três testes juntos. Se der um reagente, a pessoa é encaminhada para o Serviço de Atendimento Especializado”, explica Jane Durans, diretora da URE.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, já é possível fazer o teste rápido para detectar o vírus nos 144 municípios do Pará. O atendimento especializado na Aids registra uma média de 12 casos por mês, um número considerado alto pelos especialistas. A falta de uso do preservativo ainda é um dos principais fatores que contribui para os casos.
Na Região Metropolitana de Belém, a quantidade de infectados diminuiu entres os anos de 2013, onde o registro era de 424 infectados, e 2014 com 247. Em Carajás foram registrados 99 casos em 2013, em 2014 esse número passou para 173. No Baixo-Amazonas subiu de 101 para 150 casos.
A Aids não tem cura, mas o paciente pode controlar o avanço da doença. O tratamento é primordial para manter a qualidade de vida. “É difícil, mas não deixe de viver, passear, brincar. Eu estou maravilhoso, trabalho, ganho meu dinheiro e pronto”, conta um portador do vírus que prefere não se identificar.
A coordenadora do departamento de doença sexualmente transmissíveis da Sespa, Débora Crespo, informa que em 2014 houve um aumento considerável na detecção da doença. Ela explica a importância do tratamento que não chega à cura, mas exerce o controle evitando que o paciente adoeça ou o morra por conta dessa doença.
“As pessoas de fato estão fazendo teste e se sentem mais a vontade. Mas quando chega ao início do tratamento esse número cai. Nós tivemos no Pará apenas 300 novos tratamentos para o HIV/Aids, quando nós sabemos que o número de pessoas que precisam de tratamento é muito maior. Nós precisamos trabalhar na prevenção, evitar que as pessoas sejam infectadas, mas aquelas que já contraíram o vírus precisam enfrentar a doença”, diz.
Interior
Marabá e mais 12 municípios são atendidos pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). De janeiro a abril de 2015 foram registrados 81 novos casos da doença. Segundo informações dos enfermeiros, o número de homens contaminados ainda é maior que o de mulheres.
Os registros de casos de Aids em Redenção são maiores entre os jovens. O levantamento foi feito pelo serviço de atendimento especializado do município. “Para o tamanho da população, nós temos muitos registros. Isso é a falta de cuidado ligado ao não uso do preservativo, promiscuidade, são os fatores principais da contaminação”, conta a farmacêutica Silvia Cristina.
Mais de 400 pessoas com o vírus recebem medicamentos do Sistema de Atendimento Especializado de Redenção (SAE). A droga controla a quantidade de vírus no organismo. Os remédios usados podem prolongar por décadas a vida de quem é soro positivo e em muitos casos, sem que o infectado apresente sinais externos da doença.
Fonte: G1 Pará
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