Começou a vigorar nesta segunda-feira (2) o novo aumento no preço da energia elétrica em todo o Pará envolvendo a alta no preço das bandeiras e o aumento extraordinário (praticado além do autorizado no aniversário da concessionária, que acontece somente em agosto). Na última sexta-feira (27), a Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou, em todo o Brasil, reajuste de 83,33% (já em vigor desde janeiro deste ano) na bandeira vermelha (Em condições mais custosas de geração a tarifa sobre acréscimo de R$ 0,0300 para cada quilowatt-hora kWh consumidos), passando de R$ 3,00 para R$ 5,50 para o consumo de cada 100 kWh (quilowatts-hora) a partir de hoje.
Também na sexta, a Aneel autorizou aumento extraordinário nas contas de energia dos consumidores de quase todo o Brasil. Os reajustes autorizados não foram uniformes e variaram por regiões. Na região Norte, o reajuste médio autorizado foi de 5,5% (os grandes consumidores terão reajuste médio de 6,6% e os de baixo consumo - residenciais, de 4,8%).
Dos sete Estados do Norte, apenas três estão tendo reajuste extraordinário. São eles o Pará, Tocantins e Acre.
No caso do Pará, o reajuste médio (extraordinário), que começa a ser cobrado pela Celpa a partir de hoje, é de 3,6%, alcançando aproximadamente 2 milhões de unidades consumidoras. A exemplo de outros reajustes anteriores, o reajuste autorizado pela Aneel também será segmentado com percentuais diferenciados entre grandes e pequenos consumidores. O Dieese avalia que, para os grandes consumidores, o reajuste deverá ser superior a 4%.
Na avaliação do instituto de pesquisas, com as altas verificadas nas bandeiras este ano (já incluindo o novo reajuste), somado a este reajuste extraordinário e mais o aumento ocorrido no mês de agosto do ano passado, de cerca de 34%, o aumento médio da energia elétrica para os paraenses em menos de um ano (agosto/2014 a março/2015) chega a mais de 40%, sendo que a inflação neste mesmo período não chega a 5%.
Em termos globais, este é o 16º reajuste na tarifa de energia dos paraenses autorizado pelo Governo Federal à Celpa desde a privatização em 1998. A empresa foi privatizada em julho de 1998, com as tarifas já plenamente recompostas. O primeiro reajuste para os consumidores residenciais paraenses autorizado pela Aneel já com a empresa privatizada ocorreu também de forma parcelada em 1999 (junho/julho/99), em um total acumulado de 10,60%.
Segundo o Dieese, os impactos no bolso dos consumidores paraenses com os sucessivos aumentos nas contas de energia elétrica desde a privatização da Celpa são bem maiores do que somente os percentuais autorizados no aniversário das privatizadas ou nas revisões tarifárias ocorridas durante este período.
Com isso, a população deverá sofrer novamente um duplo impacto. 'O primeiro será pelo próprio reajuste da tarifa e o aumento na bandeira nas contas residenciais bem acima da inflação e o segundo pela inflação causada pela subida nos preços em função dos repasses dos reajustes do setor industrial e comercial para todos, como ocorreu em agosto do ano passado', avalia o economista Roberto Sena, do Dieese.
Os reajustes da energia elétrica no Pará, desde a privatização da Celpa, estão bem acima da inflação, medida por qualquer índice de preços (ICV/DIEESE, IPCA/IBGE, INPC/IBGE, etc.) e também bem acima dos reajustes salariais obtidos no mesmo período (excetuando o salário mínimo). 'O pior desta situação é que mesmo pagando caro, os serviços oferecidos pela empresa ainda são alvo de muitas reclamações por parte de um número expressivo de consumidores paraenses. Na avaliação do Dieese, estes novos aumentos na conta de energia deverão trazer novas altas em bens e serviços, principalmente da alimentação', conclui o economista
Fonte: ORM News
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