No vocabulário sexual uma letra gera dúvidas há décadas: o “G”. O ponto G realmente existe? É preciso encontrá-lo para chegar ao orgasmo? A busca desenfreada por sua descoberta vale a pena? São muitas as dúvidas que cercam o imaginário feminino e masculino quando o assunto é sexualidade.
O psicólogo clínico do Hapvida, André Assunção, afirma que o ponto G existe e depende de cada pessoa, da descoberta do próprio corpo e suas necessidades. Biologicamente, ele diz que o ponto de estimulação na mulher é o clitóris e no homem o ponto fica na próstata, mas na relação sexual a estimulação masculina está concentrada no próprio pênis. Porém, o corpo todo é um grande centro de estimulação, observa o especialista.
“Depende de cada pessoa. Pode ser no pescoço, atrás da orelha, pernas, mãos, enfim, cada um precisa descobrir o que lhe dá prazer”, reforça André.
Masturbação é o caminho para o autoconhecimento
Para ele, a ideia do ponto G serve para que os parceiros trabalhem a estimulação de suas zonas erógenas e por isso é preciso conhecer o próprio corpo. “Daí a importância da masturbação, que é a porta de entrada para o autoconhecimento do corpo”, diz o psicólogo. Geralmente, as mulheres que nunca chegam ou pouco chegam ao orgasmo são porque desconhecem o próprio corpo e por não saberem como estimular seu foco de prazer.
Após conhecer o próprio corpo por meio da masturbação, é fundamental a cumplicidade do casal para que ambos sejam estimulados de acordo com seus desejos. “Antes de tudo, é preciso respeito e parceria para satisfazer e ficar satisfeito”, diz o psicólogo ao ressaltar que, em seu consultório, as mulheres sempre são as mais interessadas e procuram sempre se informar sobre o assunto.
“Elas são geralmente mais esclarecidas sobre estimulação corporal. É preciso lembrar que o corpo todo é uma grande zona erógena e não somente o órgão sexual, como alguns homens ainda pensam”, afirma.
Tamanho do pênis não importa
Segundo André, alguns homens ainda dão importância para o tamanho do pênis, quando o que interessa é o seu manuseio e a sua forma. O mesmo vale para o tempo estimado de uma relação sexual. Não é a quantidade de tempo, mas a qualidade do ato. “Uma relação de 20 minutos que é bem elaborada, saudável e prazerosa é muito mais satisfatória do que uma hora de sexo sem muito proveito”, diz, ao afirmar que, nesse sentido, o sexo está na cabeça de quem faz.
“Biologicamente, nascemos com o ponto G definido, mas ao longo da vida, vamos sentindo e escolhendo as nossas próprias áreas de prazer”, conta.
Como dica para os casais, é muito importante ler e buscar informações sobre o assunto, descobrir o que o corpo oferece, estimular as zonas erógenas e procurar tratar a sexualidade com naturalidade e clareza. “É preciso se libertar de preconceitos para que a vivência da sexualidade seja proveitosa e satisfatória e, até para educar os filhos para serem libertos e encarar a sexualidade com naturalidade”, conclui.
Para a secretária M.A.C, de 29 anos, o ponto G está relacionado ao autoconhecimento. Ela aprendeu o seu ponto G descobrindo o próprio corpo, o que só foi possível quando parou de pensar em satisfazer só o parceiro. “Estou no meu segundo casamento e as coisas só melhoraram, pois percebi que antes de querer satisfazer o parceiro, é preciso estar satisfeita”, conta a secretária. Casada há quatro anos, ela vive, na cumplicidade do casamento, as descobertas diárias do próprio corpo.
Fonte: G1 Pará
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