Após cinco horas de reunião nesta terça-feira (16), indígenas e
representantes da empresa Norte Energia chegaram a um acordo que pode
pôr fim a ocupação do canteiro de obras do Sítio Pimental, da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte,
no Pará, que começou no dia 8 de outubro. Os manifestantes, porém,
continuam no local até que o acordo seja oficialmente assinado e os
demais grupos do movimento também sejam atendidos pela empresa.
De acordo com uma advogada que presta assessoria jurídica aos indígenas
e comunidades atingidas pela construção da barragem, a audiência de
conciliação realizada nesta terça-feira (16) irá continuar nesta
quarta-feira (17).
"Hoje (16) só foram ouvidos os indígenas e a Norte Energia se
comprometeu a atender as reivindicações, mas ainda há outros grupos como
ribeirinhos, pescadores e agricultores do Xingu, que irão negociar com a
empresa em uma nova reunião realizada nesta quarta-feira (17)", conta
Maíra Irigaray.
Entre os pedidos que serão atendidos estão a melhoria de serviços de
assistência em saúde, a construção de escolas e a proteção e a
demarcação de terras indígenas. "Apesar do acordo, há um pacto entre os
manifestantes de só realizar a desocupação após todos os grupos terem
sido atendidos. Além disso, estamos esperando que a ata da reunião e o
acordo em si sejam assinados nesta quarta-feira (17)", conta a advogada
de direitos humanos.
Barragem construída pela Norte Energia corta Rio Xingu, na região de Altamira, no Pará (Foto: Divulgação/Greenpeace/Marizilda Cruppe) |
Entenda o caso
Cerca de 200 manifestantes, entre indígenas de diversas etnias, agricultores e pescadores ribeirinhos acamparam o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte no dia 8 de outubro. O grupo invadiu a área do Sítio Pimental, localizado perto do rio Xingu, no sudoeste do Pará, em protesto contra a construção da usina. Segundo os ocupantes, a água e a energia do local foram cortados.
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte está sendo construída no rio Xingu,
no sudoeste do Pará, com um custo previsto de R$ 19 bilhões. O projeto
tem grande oposição de ambientalistas, que consideram que os impactos
para o meio ambiente e para as comunidades tradicionais da região, como
indígenas e ribeirinhos, serão irreversíveis.
A obra também enfrenta críticas do Ministério Público Federal do Pará,
que alega que as compensações ofertadas para os afetados pela obra não
estão sendo feitas de forma devida, o que pode gerar um problema social
na região do Xingu. Porém, na manhã desta terça-feira (16), o juiz
federal Arthur Pinheiro Chaves, da 9ª Vara de Belém, extinguiu a medida cautelar promovida pelo MPF contra a Licença de Instalação da UHE Belo Monte.
Segundo a empresa, o juiz federal reconheceu que "a Norte Energia está cumprindo as condicionantes ambientais".
Fonte: G1 Pará
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