Só depois de nove meses Jáder conseguiu ser empossado |
Em 2010, Jader Barbalho (PMDB-PA) foi o segundo mais votado na
corrida ao Senado pelo Pará, com 1,8 milhão de votos. Mas teve sua
candidatura indeferida com base na Lei da Ficha Limpa por ter
renunciado, em 2001, ao mandato de senador, após ser acusado de desviar
recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará), da Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Ministério da Reforma Agrária.
Com o adiamento da validade da Ficha Limpa, enfrentou uma batalha que se
arrastou por nove meses no Supremo Tribunal Federal, até conseguir
garantir o direito de ser empossado
.
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O destino do senador, no entanto, continua atrelado ao Supremo. O
ex-governador do Pará e ex-ministro da Reforma Agrária e da Previdência
no governo José Sarney é hoje o senador que responde a processos na
corte responsável por investigar e julgar parlamentares e outras
autoridades com foro privilegiado. São cinco ações penais (as “APs” 374,
397, 398, 498 e 653), por peculato, crimes contra o sistema financeiro,
falsidade ideológica, quadrilha ou bando e emprego irregular de verba
pública, além de dois inquéritos (2760 e 2909), respectivamente por
lavagem de dinheiro e crime contra a ordem tributária.
As denúncias de desvio na antiga Sudam já renderam outros
constrangimentos a Jader. Em fevereiro de 2002, ele foi algemado e
passou 16 horas preso na sede da Superintendência da Polícia Federal em
Tocantins, acusado pelo Ministério Público Federal de comandar uma
“organização criminosa” que desviou pelo menos R$ 130 milhões da
Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia. O peemedebista sempre
negou as acusações, alegando ser vítima de perseguição política.
Em outubro de 2002, Jader voltou ao Congresso, após ser eleito o
deputado mais bem votado do Pará. Ele já havia ocupado uma cadeira na
Casa entre 1975 e 1983. Entre janeiro de 2003 e 30 de novembro de 2010 –
quando renunciou ao mandato de deputado em protesto contra o
indeferimento de sua candidatura ao Senado –, Jader não apresentou um
projeto de lei sequer. Tampouco fez qualquer discurso.
Nos últimos quatro anos que passou na Câmara, compareceu a menos de
40% das sessões deliberativas e faltou a todas as reuniões do único
colegiado de que participava, a Comissão de Ciência e Tecnologia.
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