sexta-feira, 6 de julho de 2012

Secretário de Segurança vai para Jacareacanga nesta sexta-feira

Eunice Pinto/ Ag. ParáLideranças indígenas das etnias Munduruku, Apiaká e Kaiubi, que fazem manifestações na sede do município de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, desde a última terça-feira (3), em represália ao assassinato do índio Leo Munduruku, encaminharam na tarde desta quinta-feira (5) uma pauta de reivindicações para a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília (DF). No final da tarde, o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Luiz Fernandes Rocha, confirmou que seguirá para Jacareacanga na manhã desta sexta-feira (06), para participar das negociações com os indígenas.

Representantes da Funai no município de Itaituba, na mesma região, não tiveram acesso ao documento enviado pelos indígenas por problemas de comunicação, mas adiantaram os principais pontos da pauta. “Entre as reivindicações apresentadas estão a instalação de um posto policial com autonomia no município, a fim de conter o tráfico de drogas e a criminalidade na região, e a elucidação do assassinato de Leo Munduruku. Somados a este, já se tem pelo menos 15 casos envolvendo indígenas”, informou Ademir Macedo, da Funai.

Segundo ele, o tráfico e o consumo de drogas na região preocupam as lideranças indígenas, pois as substâncias entorpecentes estão chegando cada vez mais próximo de crianças e adolescentes, em mais 100 aldeias localizadas às margens dos rios Cururu, Tropa e Kabitutu.

Comitê
- Ainda na tarde de hoje (5) foi instalado pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) um gabinete de crise no município de Itaituba. À frente do comitê, o subcomandante geral da Polícia Militar, coronel Walcir Queiroz, reuniu representantes do Estado, Município e União, a fim de encontrar uma solução para o impasse com os Munduruku.

Um dos membros do comitê é a promotora de Justiça de Jacareacanga, Maria Raimunda Silva. Durante a reunião, a promotora fez questão de enfatizar que a população do município é pacífica. O prefeito do município, Raulien Oliveira de Queiroz, também integrante do comitê, disse que tentou negociar com as lideranças indígenas, mas não obteve êxito. Segundo ele, os indígenas querem conversar com um representante do Estado ou do governo federal.

Participaram da reunião representantes da Funai, do Exército, da 3ª Vara Criminal de Itaituba, da Câmara Municipal de Itaituba, do Corpo de Bombeiros Militar, da Polícia Federal e da Prefeitura. As negociações continuam na manhã desta sexta-feira (06).

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