Réu Albenor Moura |
Com a
reabertura da sessão do júri por volta das 15 horas desta sexta feira(29), a
acusação e defesa ouviram o depoimento do réu Albenor Moura, réu confesso da
autoria do assassinato do advogado Raimundo Messias Oliveira de Sousa, o Dinho,
fato ocorrido no dia 27de setembro do ano de 2003.
Questionado
pela mesa de acusação composta pelas Promotoras Públicas Lizete Nascimento e Magdalena Torres, assistidas
pelos advogados Márcio Sousa (Filho da vítima) e José Luiz, a respeito do ocorrido naquele dia de sábado,
quando, Albenor, apesar de possuir vários veículos, chegou no aeródromo em um
gol cor azul de propriedade de terceiros, o réu afirmou que encontrou Dinho
ainda no aeroporto de Itaituba, de onde o conduziu para residência.
Segundo o
depoente, o percurso entre o aeroporto e sua residência durou em torno 30
minutos, quando os dois chegaram e passaram discutir sobre os valores dos
débitos da Cooperativa Ouro Roxo, da qual a vítima era advogado, para com o
empresário Albenor Moura.
Mesa da Acusação |
O réu disse
que não andava armado, mas logo no início da conversa com Dinho, teria ido ao
cofre existente no interior de sua residência, de onde pegou as notas
promissórias devidas pela cooperativa e ainda uma arma de fogo que colocou na
cintura. O acusado disse que no decorrer das discussões, Dinho teria pego os
documentos que somaria o montante de um milhão e cem mil reais e disse que a
cooperativa só pagaria quatrocentos reais a Albenor. “Ele pegou as promissórias
e disse que se eu quisesse receber era o que a cooperativa iria me pagar, se
não, que eu fosse receber na puta que pariu.”
A partir de
então Albenor passou a contar como aconteceu o assassinato do advogado. “Ele
disse pra mim rececer na puta que pariu, eu fui pra cima dele pra pegar as
notas promissórias, mas ele me deu tipo um soco com o antebraço que me fez cair
ao chão, tento eu me apoiado com a mão na hora da queda. Momento em que eu o vi
abrindo zíper da pasta que usava, que saquei a arma. Quando ele viu a arma em
minha mão, correu para detrás de uma cadeira dupla de ferro, quando eu atirei
em direção a ele tentando amedrontá-lo. Neste instante eu corri, mas ao olhar
para trás, vi que ele estava caído, ocasião em que eu voltei e percebi que o
tiro havia atingido a cabeça dele.” Disse Albenor.
Mesa da acusação |
De acordo
com o depoente, o crime não foi presenciado por ninguém, já que no momento ele
estava só com Dinho na residência. Após perceber que Dinho estava morto,
Albenor disse que foi até a rua verificar se alguém havia ouvido o estampido
causado pelo disparo da arma, mas, segundo ele, apesar de haverem várias
pessoas em um campinho nas proximidades, ninguém demonstrou ter ouvido o
disparo. Diante do que decidiu pela ocultação do cadáver, envolvendo o corpo da
vítima em um saco plástico antes de colocá-lo no capu do carro gol, para logo
em seguida seguir para o então posto Jacaré, onde ele disse ter chegado por
volta das 16h30 tendo jogado o corpo dentro do poço por volta das 19:30, que,
na época, já era bastante escuro em nossa região.
Albenor
disse ainda que agiu sozinho na morte e ocultação do cadáver do advogado e só
falou a respeito da autoria do assassinato após passarem vários dias, afirmando
que nem mesmo o seu funcionário que sob sua determinação encheu o poço de
pedras e areia, sabia que ele havia jogado o corpo de Dinho no poço.
Questionado
pela promotoria sobre sua reação no momento do assassinato, Albenor de
descontrolou e, emocionado, disse em voz alta: “A senhora não o que é passar
pelo que eu passei!” e passou a chorar, fazendo com que o juiz Claytoney
suspendesse a sessão para que o réu se recomposse.
Após o
retorno dos trabalhos e encerrada a sessão de perguntas da acusação, foi a vez
da defesa composta pelos advogados Caio Fortes de Mathus (FOTO Centro) e Cláudio Dalledene Junior, ambos do
Paraná, que estão sendo assistidos pela advogada Laís Oliveira da Silva, filha
de Amoroso e sobrinha de Albenor Moura, que passaram a fazer as perguntas ao réu, o que se prolongou até o final da tarde,
com a mesa de acusação se retirando em parte do Tribunal do Júri para receber
umas imagens que havíamos registrado no primeiro intervalo da sessão.
Mediante as
imagens repassadas ao Ministério Público, o julgamento que certamente deveria
encerrar neste sábado com o debate entre as mesas de defesa e acusação, e
consequentemente o anúncio do veredito foi suspenso pelo juiz Claytoney Passos
Ferreira por quebra da incomunicabilidade de jurado.
É que no primeiro
intervalo ocorrido as 11h20, a nossa reportagem conseguiu flagrar o advogado de
defesa Caio Fortes de Mathus entrando no banheiro onde se encontrava o jurado
de pré nome Paulo. Ao ser informado que aquela atitude era inconcebível em um
julgamento, pegamos a câmera e ainda conseguimos filmar o jurado nas
proximidades do toalete esperando pelo Oficial de Justiça que o acompanhava e,
logo opôs, o advogado de defesa saindo do local.
O Flagra - Nós seguíamos para a sede
do Ministério Público para emprestar uma caneta, quando percebemos que o jurado
professor Paulo, seguia acompanhado de um Oficial de Justiça em direção ao
banheiro. Ao retornarmos, percebemos que o advogado de defesa Caio Fortes de
Mathus entrava no mesmo lavabo. Logo após percebemos que o Oficio de Justiça
ainda se encontrava nas proximidades e de costa para a porta, conversando com
uma senhora, entendemos que o jurado ainda poderia está no interior do toalete
onde o advogado havia entrado.
Diante da
possibilidade do que poderia estar acontecendo algo suspeito, consultamos o advogado
Jorge Humberto se aquilo não se tratava de uma ação irregular, com o mesmo nos
respondendo que além ser irregular, poderia causar o cancelamento do
julgamento. Com o perecer de um dos profissionais mais conceituados de
Itaituba, informamos ao III Sargento PM Assis o que estava ocorrendo e o
comunicamos que iríamos filmar. No momento em que preparávamos a câmera, o
jurado professor Paulo saiu do lavabo e ficou nas proximidades esperando o
Oficial de Justiça que foi ao seu encontro para junto seguirem ao tribunal do júri.
A filmagem continuou até que o advogado Caio Fortes Mathus saísse do toalete,
quando após olhar para direita e para a esquerda, também seguiu ao salão de Júri.
No intervalo do almoço entre 14 e 15 horas nós
pudemos observar as imagens detalhadamente na redação do Jornal Folha do Oeste
e, diante das imagens que conseguimos captar, procuramos a representante do
Ministério Público que imediatamente solicitou a suspensão do julgamento, o que
foi feito pelo Juiz Claytoney Passos Ferreira, que marcou uma nova sessão para
o próximo dia 29 de agosto.
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