Em uma grande iniciativa, cerca de 15 cidades no Brasil promovem, neste sábado (20), protestos contra a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Iniciativa que se apropriou do método de mobilizações via redes sociais, o 'Ato Nacional em Defesa dos Povos, da Floresta e dos Rios da Amazônia contra Belo Monte' contou com o empenho de inúmeros movimentos e ativistas locais, mas houve uma tentativa de interconexão para dar um caráter unificado ao protesto.
Em Belém, a organização liderada pelo Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre confirma a participação de mais de 2 mil pessoas, entre elas vários grupos indígenas da região.
De acordo com os ativistas, o Ato Nacional contra Belo Monte visa exigir do governo a paralisação de projetos cujos altos custos sociais e ambientais anulam possíveis ganhos, principalmente quando as vantagens beneficiam apenas os grandes setores econômicos ou produtivos, em detrimento das populações da região.
Na quarta-feira (17), o Ministério Publico Federal no Pará impetrou a 13ª Ação Civil Pública contra Belo Monte, justamente argumentando que a seca de parte do Xingu inevitavelmente causará o deslocamento das populações indígenas locais, o que é vetado pela Constituição.
Pelo mundo - Além do Brasil, cerca de 20 cidades em 16 países do mundo – entre eles Iran, Turquia, EUA, Noruega, Austrália, Alemanha, Inglaterra e País de Gales -, promoverão atos e protestos contra Belo Monte na segunda-feira (22), em frente as embaixadas e consulados brasileiros.
Outro lado - A Norte Energia S.A., responsável pela implantação, construção, operação e manutenção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, vem esclarecer sobre sua atuação para a preservação do meio ambiente e o respeito às populações, especialmente aos povos indígenas presentes na região do Rio Xingu (Pará), na Amazônia, onde o empreendimento está sendo construído.
Os estudos realizados ao longo de mais de trinta anos para o aproveitamento hidrelétrico na Amazônia permitiram o aperfeiçoamento do projeto da UHE Belo Monte com foco justamente na preservação e respeito às peculiaridades do bioma local. Um exemplo é o planejamento para que a usina opere em regime de fio d'água (água que entra é a água que sai, sem acumulação), o que reduziu substancialmente a área inundada.
Ao contrário do que tem sido divulgado, a área inundada será de 503km², bastante inferior à área de 1,6 mil km² prevista nos estudos iniciais. Da área inundada, 228 km² correspondem à área em que o Rio Xingu corre na época das cheias e o restante são áreas de propriedades rurais com plantações e criação de gado.
Esta solução também contribuiu para a diminuição do impacto sobre as populações locais, uma vez que a formação do reservatório principal não irá alagar, em qualquer proporção, as terras indígenas delimitadas na região. 'O projeto de Belo Monte, preparado pela Norte Energia S.A., tem este cuidado de não inundar nenhuma terra indígena e, por isso, não haverá necessidade de relocação dessas comunidades', afirma o diretor Socioambiental da empresa, Antonio Coimbra.
Atendendo à legislação brasileira, essas terras permanecerão intocadas pelos canteiros de obras, pelas estradas de acesso e demais estruturas de engenharia relacionadas à construção da Usina. A empresa também tem manifestado, inclusive contratualmente, o compromisso em atuar junto à Fundação Nacional do índio (FUNAI) para manter as condições de vida das etnias em suas próprias terras e desenvolver ações para resgatar e valorizar a cultura destas comunidades.
Fonte: ORM
Preservação e vida na Amazônia.
ResponderExcluirSerá se estamos questionando do ponto de vista ético, o atual projeto do governo neoliberal, na construção de hidrelétricas nos Rios Tapajós e Xingu na região amazônica no Pará?
- Platão, no mito da caverna, apresenta uma critica ao conhecimento, que liberta o homem das aparências e da escravidão da imobilidade, levando-o ao conhecimento verdadeiro e ao Bem.
Sabe-se, que o planeta sofre os efeitos de uma exploração predatória feita de forma a seguir à ética do capital, acabando com os recursos naturais do mesmo. – A Amazônia parece ser vista pelos políticos e empresários com um vazio demográfico improdutivo, precisa ao menos produzir energia elétrica, contudo pensam já serem motivos suficientes para a construção das hidrelétricas.
A cultura é a linha que tece a roupa de um povo. Ser forem expulsos de suas terras, onde irão morar?
Há outras maneiras de produzir energia. Devemos unir forças e ir à luta
Não é qualquer projeto que interessa o Brasil, que vai beneficiar o povo amazônico.