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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Economia : Cesta básica do Pará tem maior reajuste do país

O Pará é o estado que apresentou o maior reajuste no valor dos ítens que compõe a cesta básica, segundo dados divulgados pelo Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que realizou em 2009 o balanço em 17 capitais.

Entre os produtos que apresentaram maior aumento estão o açúcar (67,18%), banana (22,26%), tomate (15,22%), manteiga (8,30%), farinha de mandioca (6,53%) e óleo de cozinha (5,86%). A dona de casa, Marilene Cavalcanti, comprova este aumento.

Ela conta que ultimamente tem feito “ginástica” para garantir a comida de qualidade na mesa da família. “Não é fácil. Gastamos cerca de 40% do salário só com alimentação”. Para ela, a solução é deixar o comodismo de lado e pesquisar, fazendo comparação de preços em vários supermercados e se livrar da ideia de que somente os produtos considerados “de marca” possuem qualidade.

Outra dica da dona de casa é nunca comprar os produtos de primeira e levar uma lista com os preços dos produtos anotados do mês anterior para fazer a comparação. “Somente se visualizarmos saberemos se as coisas estão mais caras ou não”.

Marilene garante que quando percebeu o aumento na cesta básica, passou a comprar produtos em locais diferentes, garantindo sempre a compra com o menor preço. “Vou a vários supermercados e compro os itens que estão com a melhor oferta”.

Para Maria Silva, cortar os supérfluos de sua lista de compras foi a solução encontrada para que pudesse comer. “Antes, comprava algumas coisas para meus filhos como iogurte, queijo, biscoitos variados. Agora, tenho que garantir primeiro o arroz com feijão de cada dia”.

Ela conta que quando começou os cortes, a família reclamou, mas depois entendeu que ela tinha motivos. Para diferenciar os alimentos que são servidos, não tornando as refeições um momento de tortura, Fátima diz que inventa pratos aproveitando o que sobrou do dia anterior. O arroz que poderia ir para o lixo, vira um delicioso bolinho.

Legumes e verduras também têm lugar em sua mesa, apesar de também verificar um aumento principalmente no preço da batata. “Temos que ser criativas e acho que as donas de casa têm este dom de criar e tentar fazer sempre o melhor”.

Segundo pesquisa do Dieese, as famílias que ganham um salário mínimo possuem mais dificuldade para se alimentar. Levando em consideração o preceito constitucional, o salário mínimo deve garantir alimentação, educação, moradia, saúde, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência ao trabalhador e toda sua família. Para isto, ainda segundo a pesquisa, o salário ideal para suprir estas necessidades é 4,3 vezes maior (R$ 1.995,91) do que o pago atualmente.


Diário do Pará

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