O inverno ainda nem começou, mas as cenas típicas desse período já podem ser vistas na rodovia Santarém- Cuiabá, a BR-163: filas de caminhões, ônibus e carretas esperam “enxugar” a estrada para seguir viagem. Os que têm pressa, pagam para serem tirados dos atoleiros.
Em diversos trechos entre os municípios de Trairão e Novo Progresso, há buracos ainda do inverno passado, que já começam a virar atoleiros. O tempo de viagem entre Santarém e Novo Progresso, feito normalmente em 24 horas, já começa a demorar mais, pois ninguém sabe se o veículo conseguirá vencer o próximo lamaçal.
Ônibus, caminhões, caminhonetes e vans trafegam sempre sob risco de acidentes, por causa das ladeiras lisas. Semana passada, durante viagem de Novo Progresso a Santarém, o comerciante Rafael da Silva enfrentou muitas dificuldades para chegar ao destino com a família. Logo após a localidade Santa Júlia, o ônibus da empresa Tapajós Transportes que o conduzia, conseguiu vencer uma ladeira molhada depois de muito sacrifício.
Mais adiante, os passageiros tiveram que esperar quase duas horas até que um atoleiro fosse desobstruído com a ajuda de um trator de pneu (“girico”) que puxava os caminhões carregados. Naquela noite, o dono do trator acumulou algumas centenas de litros de óleo diesel, pois cobrava60litros de combustível para arrastar um caminhão por cerca de 100 metros. Enquanto esperam, os mais de 50 passageiros torcem para não haver nenhum acidente que possa bloquear a passagem do ônibus.
Em Novo Progresso, já é comum ver microônibus, vans, ônibus e caminhões sem o pára-choque dianteiro, retirado para evitar danos ao veículo. Apesar das previsões pessimistas, a expectativa dos agentes das empresas é manter as linhas por mais algum tempo, na esperança que o governo não deixe cortar o tráfego na rodovia. Mas as previsões não são das melhores.
O Consórcio RS, que fazia a manutenção da rodovia próximo a Novo Progresso, fechou o escritório instalado naquela cidade e levou para o Rio Grande do Sul todos os equipamentos pesados. Até agora não se tem notícia sobre a contratação de outra empresa para atuar na conservação da estrada.
No percurso entre o km 30 até Novo Progresso, não existe nenhuma máquina trabalhando na estrada.
Apenas três pontes estão sendo construídas pelo DNit nesse trecho: uma sobre o Riozinho das Arraias, em Novo Progresso e duas no município do Trairão.
Diário do Pará
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